Espaços não-formais de ensino: Museus


O que são espaços não-formais?

Espaços não formais de Ensino são aqueles buscados pelas pessoas para a obtenção de conhecimentos, mas que não são no espaço escolar. Zoológicos, museus e Jardins botânicos são exemplos de espaço de ensino não formal.
Nesses lugares, o aprendizado acontece de maneira natural, pois a todo tempo há estímulos que ajudam ao aluno assimilar o conteúdo. 

De forma sintética, pode-se dizer que os espaços formais de Educação referem-se a Instituições Educacionais, enquanto que os espaços não-formais relacionam-se com Instituições cuja função básica não é a Educação formal e com lugares não-institucionalizados.

Museus

 “A questão da educação em museus possui um importante foco de interesse na atualidade, tanto no que diz respeito ao seu papel social, quanto no que se refere às práticas realizadas nesse espaço e suas possíveis reflexões. Percebe-se o interesse não apenas na organização e preservação de acervos, mas também na ênfase da compreensão, desenvolvimento e promoção da divulgação, bem como na formação de público como forma de disseminar conhecimentos por meio de uma ação educativa.” Fronza-Martins  
A partir de uma rápida pesquisa sobre o conceito de museu, em alguns dicionários e sites de referência, podemos notar que a função educativa é parte integrante da definição do termo. Encontramos no site do Sistema Brasileiro de Museus duas definições extraídas, respectivamente, dos dicionários
Aurélio e Houaiss:
Museu - Acepções · substantivo masculino 1 templo das Musas 2 (1789) instituição dedicada a buscar, conservar, estudar e expor objetos de interesse duradouro ou de valor artístico, histórico etc. Ex.: o Museu Histórico Nacional 3 Derivação: por metonímia. Local onde tais objetos são expostos Ex.: são peças dignas de figurar em um m. 4 Derivação: por analogia. coleção, reunião de objetos raros; miscelânea, variedade. Etimologia gr. mouseîon, ou ‘templo das Musas, lugar onde as Musas residem; p.ext., lugar no qual se exercita a poesia; escola’, através do lat. muséum, i ‘templo das Musas; museu, biblioteca; academia’.
Ou ainda:
Museu - mu.seu  sm (gr mouseîon) 1 Coleção de objetos de arte, cultura, ciências naturais, etnologia, história, técnica etc. 2 Lugar destinado ao estudo e principalmente à reunião desses objetos. 3 Casa que contém muitas obras de arte. 4 Reunião de musas. M. científico: aquele que se destina a documentar as conquistas da ciência e da tecnologia. M. de Belas-Artes: museu de obras de pintura, escultura e gravura. M. histórico: lugar onde estão expostos objetos de arte referentes à História e que recompõem uma série de fatos.
Se tomarmos como referência a definição de dada pelo ICOM (Conselho Internacional de Museus), entendemos que o museu se caracteriza por ser: Instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade.
Além das instituições designadas como “Museus”, se considerarão incluídas nesta definição:
– Os sítios e monumentos naturais, arqueológicos e etnográficos
– Os sítios e monumentos históricos de caráter museológico, que adquirem, conservam e difundem a prova material dos povos e de seu entorno
– As instituições que conservam coleções e exibem exemplares vivos de vegetais e animais – como os jardins zoológicos, botânicos, aquários e vivários
– Os centros de ciência e planetários
– As galerias de exposição não comerciais
– Os institutos de conservação e galerias de exposição, que dependam de bibliotecas e centros arquivísticos
– Os parques naturais
– As organizações internacionais, nacionais, regionais e locais de museus
– Os ministérios ou as administrações sem fins lucrativos, que realizem atividades de pesquisa, educação, formação, documentação e de outro tipo, relacionadas aos museus e à museologia
– Os centros culturais e demais entidades que facilitem a conservação e a continuação e gestão de bens patrimoniais, materiais ou imateriais
– Qualquer outra instituição que reúna algumas ou todas as características do museu, ou que ofereça aos museus e aos profissionais de museus os meios para realizar  pesquisas nos  campos da Museologia, da Educação ou da Formação.
Ainda segundo o ICOM, os “museus são importantes meios para o intercâmbio cultural, para o enriquecimento das culturas e para o desenvolvimento do entendimento mútuo, cooperação e paz entre os povos”.

Educação e ações educativas em museus

Os museus possuem um caráter educacional vinculado à sua própria origem, uma vez que, desde o início, se configuravam como espaços de pesquisa e ensino. Segundo José M. Brandão (1996, p. 66-67), As preocupações com a educação em museus são já muito antigas, embora frequentemente se considere ser o Abbé Gregoire, fundador do Conservatoire des Arts et Métiers em Paris (1794 - finais do século XVIII), o grande impulsionador destas questões, preocupado que estava com a formação técnica dos artífices franceses.
No entanto, só a partir do início do nosso século é que se começaram a fazer os primeiros trabalhos de observação dos visitantes e avaliação do tipo e a qualidade das informações fornecidas nos museus, podendo ainda dizer-se que os problemas envolvidos nas questões da ação cultural nos museus só nas últimas duas décadas têm sido tratados com maior profundidade.

Ações educativas em museus no Brasil

Podemos dizer que, no Brasil, as instituições museológicas antecedem as universidades, exercendo papel pioneiro na institucionalização de certas áreas de conhecimento no país. Os museus de Ciências, por exemplo, através de suas coleções, foram muito importantes para os estudos das Ciências Naturais.
Se nos propusermos a estudar a história das ações educativas nos museus brasileiros, podemos ver que ela engloba desde ações pontuais de caráter experimental local até estratégias institucionais e políticas setoriais de abrangência nacional. Trata-se de um campo bastante amplo e muito diversificado.
Podem ser entendidas como práticas educativas atividades tais como: visitas “orientadas”, “guiadas”, “monitoradas” ou mesmo “dramatizadas”, programas de atendimento e preparo dos professores, oficinas, cursos e conferências, mostras de filme, vídeos, práticas de leitura, contação de histórias, exposições itinerantes, além de projetos específicos desenvolvidos para comemorar determinadas datas e servir de suporte para algumas exposições. Além dos materiais educativos e informativos editados com a finalidade de servir a estas práticas, tais como: edição de livros, jogos, guias, folders e folhetos diversos, folhas de atividades, kits de materiais  pedagógicos, áudio-guide (guia auditivo), aplicativos multimídia, CD-ROM, site institucional na internet, etc.

Relação Escola-Museu

A escola e o museu têm diferentes propostas e são diferentes espaços educacionais. Alguns autores têm procurado diferenciar escolas e museus frisando as particularidades de cada um desses espaços educativos. Baseando-nos em algumas diferenças propostas apresentadas por Allard et alii (1996), estes espaços se diferenciam segundo seu objeto, sua relação com o público, a natureza das atividades propostas, a forma de apresentar o conteúdo, o tempo e a periodicidade das ações. Além disso, museus, arquivos, coleções, bem como outros lugares de memória, possuem cultura própria, ritos e códigos específicos a seu campo disciplinar.
Nós nos indagamos, porém, que motivos levam os professores a buscar os espaços educativos não-formais como lugares alternativos de aprendizagem. Dentre os aspectos mais comentados pelos professores estão “a apresentação interdisciplinar dos temas, a interação com o cotidiano dos estudantes e, por fim, a possibilidade de ampliação cultural proporcionada pela visita”. Pois como nos diz Helena Maria Marques Araújo, “Quando os professores procuram os museus querem e desejam encontrar um lugar alternativo à aprendizagem, além de se depararem com temas apresentados de forma interdisciplinar. Isto é fundamental para que possamos pensar que precisamos ampliar a parceria dos museus com as universidades, secretarias municipais e estaduais para a realização de cursos de formação de professores em todos os níveis.”